sexta-feira, 27 de maio de 2011

DIA DA FESTA *-*

Eram 20h00min quando a Ciça chegou na minha casa.
Ela subiu as escadas e foi até o meu quarto ver como eu estava.
Tínhamos passado a tarde no shopping procurando algo legal pra eu usar e achamos um vestidinho lindo e simples do jeito que eu gostava. A Ciça teria ficado satisfeita se não fosse o fato de eu me negar e usar saltos e ter preferido usar o meu bom e velho all star branco e ela ainda não havia se conformado com isso. Mesmo assim, ao chegar ao meu quarto e me ver usando o tênis junto com o vestido, a expressão dela não foi das piores.
_ Até que não ficou tão ruim... _ Disse me olhando de cima em baixo _ É óbvio que eu ainda preferia aquela sandália rosa que vimos no shopping, ou pelo menos uma sapatilha, já que você é avessa a saltos, mas uma vez que nada te fez desistir de usar esse tênis, eu acho que posso me conformar.
Dei um sorriso pra minha amiga e uma última olhada no espelho, antes de ela me apressar por causa do horário e desci. Ouvi uns elogios da minha mãe, uns resmungos do meu pai e umas implicâncias do meu irmão na hora de me despedir e entrei no carro da mãe da Ciça.
Eram 20h30min quando Ciça e eu chegamos à casa de Beatrice.
A festa estava lotada. No mínimo metade do colégio tinha comparecido naquela noite e meu príncipe provavelmente estava ali, em algum canto da casa.
Minha felicidade inicial se deu assim que avistei Beatrice no portão... Claro que não por vê-la, isso era óbvio, mas por saber que naquele momento ela não estava pendurada no pescoço do Pedro. O que também não mudava o fato de que outras tantas garotas do colégio poderiam estar fazendo isso por ela. Tentei relaxar e não pensar muito no assunto, afinal eu não fazia bem o tipo rainha do baile e estava na festa dos populares na casa da Beatrice o que já era bem preocupante pra mim.
A dona da casa usava um vestido tubinho preto, saltos e tinha seus cabelos loiros presos num rabo-de-cavalo. Era a verdadeira tentação para os meninos, confesso. E eu... Bem, não precisamos falar de mim, não é mesmo?
Beatrice parecia dar instruções aos seguranças quando Ciça e eu descemos do carro. Ela deu uma boa olhada na Ciça e não pareceu nada contente por saber que teria com quem competir a vaga de musa da noite, já que minha amiga, também estava linda.
Depois foi a minha vez de ser olhada. Ela me olhou bem, fez cara de quem sentia pena, deu um sorriso debochado e entrou.
_Que vaca! _ Falamos em coro ainda olhando pro portão onde ela tinha acabado de desaparecer.
_ Bem... Vamos entrar? _ Ciça perguntou sorrindo.
Não respondi.
_ Morango? _ Ela tinha se virado pra me olhar.
_ Fale a verdade. Eu estou horrível, não estou?
_ Ta horrível nada Morango. Ta linda!
Dei uma olhada desconfiada pra ela.
_ Jura?
_ E desde quando eu sou de falar mentira amiga? Ainda mais quando o assunto é roupa. Jamais te deixaria sair com uma roupa feia ou fora de moda. Você sabe bem disso.
É, era um fato. A Ciça jamais me deixaria sair se achasse que a roupa que eu usaria fosse feia. Estava convencida.
_ E então? Pronta?
_ Não. _ disse ainda insegura.
Ciça riu me puxando pelo braço em direção ao portão.
_ Mas vamos entrar mesmo assim. E muda essa cara. Você não está indo pra forca.
Foram suas palavras finais.
Chegando ao portão Ciça deu nossos nomes ao segurança que os achou rapidamente na lista, liberando nossa entrada.
Minha visão inicial foi a de um quintal gramado com coqueiros e postes de luz de diversas cores que iluminavam um caminho de pedras no chão. O caminho de pedras e os postes de luz iam do portão de entrada até a varanda de acesso à casa que era tão imensa a ponto de eu não fazer idéia do número de cômodos que ela possuía.
O quintal, é claro, tinha pessoas. Muitas pessoas, aliás. Bem mais do que eu achei que teria mesmo vendo o movimento do lado de fora.
_Não era uma festa fechada?
_ Era pra ser né? Mas cada líder de torcida, jogadores do time que estão se despedindo hoje e os novos jogadores que serão apresentados podem trazer quantos acompanhantes quiserem.
_ É, isso explica a situação... Mas e os pais dela? Não se incomodam?
_ Os pais dela estão viajando.
Minha nossa. Os meus me matariam. .-.
Bem nessa hora os meninos do time de natação passaram pela gente acenando e sorrindo. Dois pararam pra cumprimentar a Ciça. Um era loiro alto e o outro era moreno e um pouco mais baixo. Não pareciam esnobes. Na verdade eram bem agradáveis.
_ Como vai minha líder de torcida favorita? _ Disse o loiro dando um beijo na bochecha dela e sorrindo.
_ Sua não Beto. Nossa. _ Disse o moreno sorrindo também.
Ciça sorriu.
_ Estou bem. Só não deixem a Beatrice ouvir isso.
_ Aah, claro, pode deixar. Não queremos que isso aqui vire um caso policial não é mesmo?
_ Com certeza não Igor. Ela poderia nos atacar com seus super passos assassinos de líder de torcida. Isso seria perigoso.
Todos nós rimos dessa vez e os dois me olharam.
_ Você não é aquela menina que encarou a professora de Biologia? _ Disse o Igor, olhando pra mim.
_ É ela sim Igor. Morango não é?
_É. Morango. _ Falei surpresa com o reconhecimento.
_ Prazer, sou o Beto. _ Disse o loiro apertando minhas mãos. _ Sou seu fã.
_ Prazer, Igor. _ Disse o moreno em seguida. _ Que coragem! Você vai virar lenda. Também sou muito seu fã.
Fiquei vermelha, claro.
Que surreal! Por um louco mal entendido ali estava eu na festa dos populares sendo reconhecida e com dois gatos da natação (não mais gatos que o Pedro que, aliás, eu ainda não havia visto, mas que eram gatos) dizendo serem meus fãs. Tá legal, acho que eu poderia aprender a viver com isso.
_ Aaah, entendi o porquê do apelido. _ Disse o Beto.
_ É. A Morango tem tendência a ficar vermelha com facilidade e ainda tem as sardas. Combina bem com ela o apelido. _ Ciça explicou.
Nessa hora um dos meninos da natação voltou pra chamar o Beto e o Igor, nos cumprimentou e avisou que a Beatrice estava procurando a Ciça. No despedimos com um “a gente se vê por aí” e assim que eles saíram Beatrice saiu de dentro da casa com mais duas líderes de torcida e se aproximaram de nós.
_ Olá Ciça! _ Disse no tom mais falso que conseguiu.
_ Oi Beatrice.
_ Chegaram os uniformes novos e os convidados estão pedindo para animarmos o lugar. Vamos nos apresentar e você tem que trocar de roupa.
Ô-ôu. Isso queria dizer que eu ficaria sozinha?
_ Vamos nos apresentar hoje? _ Ciça perguntou surpresa. _ Ninguém avisou nada!
_ Pois é querida. É uma surpresa pra todas nós, mas quando o público pede, a gente anima. É o nosso compromisso! Se não está satisfeita, peça pra sair da equipe.
_ Sei que esse é o sonho da sua vida, mas não vou realizá-lo pra você. _ Ciça respondeu debochada. _ Onde as meninas estão se trocando?
_ No quarto de hóspedes ao lado do meu. Levo você até lá.
Ciça se virou pra mim e notou meu desespero.
_ Amiga, desculpa. Vou ter que ir. Você vai ficar bem?
_ Aaah, vou ficar legal. Pode ir tranqüila. _ Tentei responder num tom despreocupado.
Não convenci, mas a Ciça teve que ir mesmo assim, preocupada.
Pronto! Mal havia chegado à festa e já estava sozinha.
Tentei manter a calma. E agora? O que fazer?
Resolvi dar umas voltas pra ver se via o Pedro e me surpreendi quando algumas pessoas acenaram pra mim ou chamaram meu nome.
Rodei a festa quase toda e não o vi...
Meu Deus! Onde será que estaria esse garoto?
Não ouvi nenhuma resposta vinda do céu, mas ouvi os gritos frenéticos da galera enquanto as líderes de torcida saíam animadas da casa em direção ao meio do quintal.
Beatrice na frente guiava as outras que estavam pulando freneticamente exceto por Ciça que parecia me procurar com os olhos.
Todos os convidados as acompanhavam como uma procissão, a espera do inicio da cerimônia de despedida e de boas vindas dos jogadores do time de futebol da escola.
Com certeza agora o Pedro teria que aparecer. Ele era o capitão do time e provavelmente seria ele que apresentaria os novos jogadores...
Quando resolvi me aproximar do grande número de pessoas que se concentravam no meio do gramado, meu celular tocou.
Era a minha mãe.
Mudei totalmente de direção buscando um lugar silencioso para atender, mas dentro da casa ainda havia pessoas, então fui seguindo pela lateral num caminho estreito entre a parede da casa e o muro (dando de cara, é claro, com alguns casais.) até quase chegar aos fundos do quintal onde não havia mais ninguém.
Atendi enquanto ainda andava distraída pra onde o barulho parecia distante e ela só queria saber a que horas voltaríamos pra casa. A conversa foi rápida, então desliguei rápido o celular e acabei me tocando de onde estava... Era simplesmente liiindo!
Os postes de luz iluminavam um novo caminho que levava até um jardim que parecia ter todos os tipos de flores com todos os tipos de cores e aromas. Esse caminho continuava composto por pedras e dava a volta em um pequeno lago bem no meio do jardim com peixes e um chafariz de pedra com a estátua de dois cisnes e depois do laguinho, no fim do jardim, se encontrava um pequeno balanço entre dois banquinhos de madeira terminando de compor o lugar.
Fiquei maravilhada com tudo. Parecia um paraíso!
Pisquei várias vezes pra ver se não era um sonho, porque de verdade, o jardim parecia muito com o jardim que vinha ocupando meus sonhos ultimamente, mas não era. Tudo era real e maravilhoso.
Eu poderia passar o resto daquela noite ali e mais um pouco. Dava uma sensação de paz que me fez esquecer completamente que aquele lugar pertencia à casa de Beatrice.
Me aproximei do lago e me abaixei para olhar melhor os peixes, que eram lindos.
_ Alguém poderia te derrubar aí dentro se quisesse, sabia?
Me assustei. Havia alguém ali e eu nem tinha notado. Minha sensação de paz se foi, eu me levantei rapidamente e comecei a olhar em volta procurando a pessoa que havia falado.
Não encontrei ninguém e a pessoa soltou uma gargalhada alta provavelmente de mim e minha falta de sucesso ao procurar.
_ Assim você nunca vai me encontrar.
_ Quem está aí? _ Rebati impaciente.
_ Se você me encontrar, vai saber.
_ Aaaah, que ótimo!
_ O quê?
_ Estamos um pouco grandinhos pra brincar de pique- esconde, não acha?
_ Como pode saber se ainda não me viu? Posso ter cinco anos de idade.
Ele riu de novo. Parecia estar se divertindo.
O som da voz vinha do banco de madeira à esquerda do balanço, isso eu já sabia. Ele falou tanto que acabei notando, mas eu ainda não via ninguém e sinceramente não queria arriscar ir até lá pra checar.
Resolvi falar.
_ Olha... Sei que está perto do banco. Não consigo vê-lo, mas notei que sua voz veio daí.
_ Se tem tanta certeza por que ainda não veio até aqui?
_ Não sou curiosa e, além disso... Estou com medo! _ Admiti.
Ele riu outra vez.
Aquilo já estava me irritando!
_ Não acredito que ir até você vá mudar alguma coisa em relação ao seu medo até descobrir quem eu sou, mas vou até aí.
_ Obrigada. _ Agradeci sinceramente. Não queria mesmo ir até lá.
Observei a pessoa sair de trás do banco e se aproximar silenciosamente. Não deu pra ter certeza de quem era até ele estar a uns dez metros de mim.
_ Olá Ruiva! _ Ele disse assim que passou debaixo de um poste de luz, me revelando quem era não só por isso, como também pelo apelido com que havia se referido a mim: Ruiva.
_ Ah! Oi Pedro. _ Disse com mais alívio do que com a ansiedade e o nervosismo que normalmente me consumiam quando eu o via. _ O que fazia atrás do banco?
_ Aháhá! Se eu te contasse teria que te matar.
_ Não acho que tenha coragem, mas pode me matar desde que me conte. _ Desafiei sorrindo.
_ Eu estava... pensando.
Como? Pensando? Aqui? Agora? Isso não fazia sentido nenhum pra mim.
Olhei pra ele e ergui uma sobrancelha, cética.
_ Ta! Tudo bem! Eu estava me escondendo. _ Disse rápido e meio envergonhado.
Hã? Não esperava essa resposta.
Eu ri.
_ Se escondendo? Por quê?
Ele ficou sério.
_ Prefiro não dizer, se você não se importa.
Rapidamente me recompus.
_ Não. Claro que não me importo. _ Minha voz saiu baixa e eu fitava meus pés com um constrangimento claro.
Era óbvio que era algo sério e eu havia rido dele. Que péssimo!
_ Mas e você? Por que está aqui? _ Disse já sorrindo novamente. _ A festa é lá na frente e geralmente as pessoas se limitam a ficar no lugar onde tem música, gente e bebida.
Eu ri de sua avaliação antes de responder vibrando por dentro por ele já ter se esquecido do incidente anterior.
_ Na verdade não foi planejado. Eu estava procurando um lugar onde eu conseguisse ouvir o que a minha mãe dizia do outro lado da linha e acabei chegando aqui.
Ele apenas assentiu com a cabeça e eu voltei a olhar tudo.
_ Na verdade não me arrependo de ter achado este lugar. _ Disse distraída com tudo.
_ É... É lindo!
_ Pena que não vou voltar a vê-lo.
Ele sorriu.
_ É... É bem provável que não.
O olhei e ele estava olhando pra mim.
Fiquei vermelha.
_ O que foi?
_ Nada. É só que você é diferente.
_ Ah, claro. Você quer dizer que não sou como essas líderes de torcida maravilhosas que você convive. _ Disse sem poder evitar fazer uma breve careta ao mencionar o termo “líderes de torcida maravilhosas”.
Ele riu.
_ Bem, é quase isso. Só substitua a palavra “maravilhosas” pela palavra “enjoadas”. É claro que há exceções, mas são poucas.
Demorei um pouco até acreditar que ele havia realmente dito aquilo.
_ Então, sendo assim, sou diferente como?
_ Você parece ter conteúdo.
Ele ainda sorria e eu sorri pra ele também.
_ Ah sim. Obrigada.
Meio desconcertada com o elogio, voltei a olhar a paisagem sem me cansar. O engraçado era estar ali com o Pedro e isso me parecer normal. Não havia nervosismo ou pernas tremendo. A minha voz não falhava ao sair e eu me sentia bem, mas segura. Havia somente a paz anterior só que triplicada, uma felicidade que eu não sabia de onde vinha, mas que estava ali e uma sensação de que tudo estava em seu devido lugar e de aquilo era pra estar acontecendo.
Como tudo que é bom dura pouco, meu momento com o Pedro acabou quase que imediatamente quando meu celular tocou.
Era a Ciça.
_ Oi Ciça.
_ Amiga onde você está?
Ela parecia preocupada e eu tentei tranqüilizá-la.
_ Relaxa, estou bem. A apresentação já terminou?
_ Já. Há séculos, aliás. Te procurei em todos os lugares e não te achei em nenhum deles. Estava desesperada demais pra me lembrar do celular. Pensei que tivesse ido embora.
Êpa. Ela disse que a apresentação já havia terminado há séculos? Há quanto tempo estávamos ali?
Olhei o relógio... Eram exatamente 23h00min!
Pelo jeito o que era bom nem sempre durava tão pouco.
_ Não, não. Ainda estou aqui. Vou até aí. Onde você está?
_ Perto do portão. Minha mãe está esperando no carro aqui na frente. Venha rápido Morango.
_ Ok. Chego em cinco minutos.
Desliguei o celular e olhei pro Pedro que esperava quieto.
_ É... Tenho que ir. _ Disse pesarosa, olhando o jardim.
_ Uma hora eu também terei que ir... _ Disse tão ou mais pesaroso que eu.
Eu ri. Era óbvio que aquele lugar era especial pra ele. Só não sabia o porquê, mas com certeza os motivos eram bem maiores do que só a beleza do lugar.
_ Foi legal olhar o horizonte com você. _ Ele disse com um meio sorriso.
Retribuí sem graça, disse um “a gente se vê” e comecei a andar em direção ao corredor escuro da lateral da casa.
_ Aaah, só mais uma coisa... _ Me lembrei, me virando de novo pra ele já um pouco longe. _ Por que falou comigo hoje? Quero dizer... Se você tivesse ficado quieto, eu nunca saberia que esteve aqui e muito menos que estava escondido.
_ Você parecia curiosa demais com os detalhes. Achei que rodaria o jardim inteiro até ver tudo. _ Ele sorria.
Fiz uma careta pra ele em menção de protesto, sorri e sem me virar outra vez entrei no caminho escuro e só parei de andar quando cheguei até a Ciça.
Ela me olhava incrédula.
_ Você estava NAQUELE BECO ESCURO ali? COM QUEM? FAZENDO O QUÊ? AI MEU DEUS! NÃO RESPONDE!
Eu ri. Muito. E tentei explicar.
_ Não estava em beco nenhum Ciça.
_ Morango, eu vi você sair dali. Não tive uma alucinação. Olha pra mim amiga. Com quem você ficou?
_ Com ninguém Ciça. Eu estava...
Ela não me deixou terminar.
_ Vai mentir pra mim? Não acredito...
_ CARAMBA CIÇA! DÁ PRA CALAR ESSA BOCA POR UM SEGUNDO E ME OUVIR? _ Ela ficou quieta. _ Você já parou pra pensar que todo caminho tem um final? Você já viu o que tem atrás da casa?
Ela pareceu confusa.
_ Não, mas...
_ Mas nada! Se tivesse visto saberia o que aconteceu... Lá é lindo Ciça! É o jardim mais lindo que eu já vi! Se visse você também seria capaz de ficar lá durante toda a festa. Foi o que aconteceu comigo.
Ela me olhou envergonhada.
_ Desculpa amiga. Fiquei preocupada de você ter ficado com algum idiota... Eles podem ser idiotas, mas são bonitões e bons de cantada.
_ E desde quando eu caio em cantada?
_ OK. Desculpa. Foi mesmo um exagero. Vamos pro carro então? Minha mãe já está nos esperando há algum tempo.
E ao mesmo tempo em que concordei eu o vi sair do beco escuro na lateral e sorrir pra mim antes de eu me virar e sair portão a fora.
Ao entrar no carro, cumprimentei a mãe da Ciça e então vi o olhar da minha amiga pra mim e um sorriso malicioso tomou conta de seu rosto. Ela havia visto o Pedro saindo da lateral da casa e sorrindo pra mim, com certeza.
_ Então, o que te prendeu lá atrás foi a beleza do jardim, não foi? Ok. Eu vi bem. Vou esperar você me contar. _ Disse a Ciça assim que teve chance.
Revirei os olhos e me voltei para a janela.
Que ótimo! Ia começar tudo outra vez. E dessa vez eu não conseguiria convencê-la de que o que havia me prendido lá atrás tinha sido só a beleza do jardim.




~ ♣ ~



Continuação em breve.

Por Fernanda P. Sodré.

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